Centenas de quixadaenses foram às ruas na manhã desta segunda-feira (25/11), e através de uma manifestação do movimento organizado pelas frentes sindicais do município, disseram não a todo e qualquer tipo de violência contra a mulher.
A caminhada que marcou o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher teve início por volta das 9h no Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais, e percorreu as principais ruas do Centro de Quixadá, com parada em frente à Secretaria Municipal de Saúde. No local os manifestantes pediram mais respeito para com o atendimento de saúde no município, alegando dentre outras, às vezes em que os médicos deixam de atender nos distritos por falta de combustível nos veículos do PSF.
Da Secretaria a caminhada seguiu para a Câmara Municipal de Quixadá, onde participaram de Audiência Pública. O Auditório Francisco Dolor de Góes ficou repleto de trabalhadores (as) que ouviram e participaram do debate com as autoridades locais, dentre elas a delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá, Dra. Rosane de Queiroz Brasil, que em sua fala disse que se encontra com o número de 63 inquéritos de violência doméstica.
A delegada aproveitou a ocasião para convidar as mulheres que tem medidas protetivas a procurar a Delegacia. “Eu convido todas as mulheres que tem medidas protetivas que não estão sendo cumpridas para irem conversar comigo na delegacia, eu estarei à disposição e de portas abertas”, ressaltou Dra. Rosane.
A representante da CUT, Sra. Graça Costa, falou com relação as conseqüências no mundo do trabalho da violência doméstica. “Toda segunda-feira temos um índice alto de falta de mulheres no trabalho porque são vítimas de violência doméstica no final de semana. São pesquisas que mostram que as mulheres que estão no trabalho que tem esse tipo de violência em casa, não produzem no mesmo ritmo das mulheres que estão em sua melhor forma”, disse Graça Costa.
Para fortalecer todos os instrumentos conquistados por meio da luta das mulheres quixadaenses, como o Centro de Referência da Mulher, Conselho da Mulher, Coordenadoria da Mulher, Casa Abrigo e a recém inaugurada Delegacia da Mulher, o vereador Higo Carlos, vai apresentar projeto que cria a Comissão de Defesa e Apoio a Mulher da Câmara Municipal. O parlamentar defende que a Câmara possa estar mais envolvida e comprometida com as causas das mulheres quixadaenses. “Queremos mais acompanhamento, apoio, e maior participação do poder legislativo na defesa das mulheres”, falou o vereador.
Já a vereadora Rosa Buriti disse que a violência acontece muito silenciosamente, mas que é preciso ter pessoas com coragem de se juntar e gritar por direitos a políticas públicas. “Nós do município de Quixadá estamos sofrendo de violência psicológica nos nossos locais de trabalho, no serviço de saúde. No Bairro Campo Velho, que não tem sido diferente nos demais bairros e distritos, as nossas gestantes estão sem os exames básicos do seu pré-natal”, destacou.
Estiveram presentes a presidenta do Sindicato dos Servidores (as) Públicos Municipais de Quixadá e Região, Neiva Esteves; presidente do Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais de Quixadá, Marcelo Lucena; presidente do Sindicato dos Comerciários de Quixadá, Cesar Castro; presidente da Federação das Associações, Francisco Antonio; presidente da Associação de Imprensa do Sertão Central, Wanderley Barbosa; coordenadora municipal de políticas para as mulheres, Talita Magalhães, vereadora Ivana Magalhães; vereadores Evaristo Oliveira, Kelton Dantas, Luiz do Hospital e Dudu Lima, representantes de movimentos sociais, e a população.